São conhecidos por perturbarem as pessoas.
No oeste da Inglaterra são conhecidos como pequenas fadas ruivas que gostam de perturbar as pessoas preguiçosas.
Os Diabretes tem uma aparência inconfundível. Sua pele é de cor azul- elétrico, tem orelhas pontudas, narizes arrebitados e um estrabismo característico. Em geral, medem cerca de 20 cm, apesar de algumas histórias que podem ter o tamanho que quiserem. Os Diabretes vivem no subsolo, em cavernas ou bosques, mas podem se mudar para dentro de casa. Gosta de pregar peças nas pessoas e fazer todo tipo de brincadeiras de mau-gosto. Embora não sejam dotados de asas, sabe-se que podem agarrar humanos incautos pelas orelhas e levá-los para o topo das árvores ou de um edifício. O Diabrete emite uma algavia aguda que só pode ser entendida pelos seus iguais. Este animal gera seus filhotes.
Lenda dos Diabretes na Fajã de Vasco Martins
Segundo a crença popular, os Diabretes, uma espécie de duendes, saíam de certas zonas da costa para apoquentar a vida das pessoas com quem se cruzavam. Normalmente surgiam nas localidades em certas noites do ano, mas com mais freqüência na noite de 2 de fevereiro. Assustavam as pessoas e os animais, revolviam as plantas da terra. Com medo, as pessoas, muitas vezes se fechavam em casa. Aqueles que podiam, fugiam da costa maritíma, onde eles apareciam em maior número.
Na Fajã de Vasco Martins, pertencentes aos habitantes da localide de Toledo, existia um grupo de homens que se julgavam mais corajosos que os restantes e um dia resolveram que haviam de enfrentar os Diabretes. No dia 2 de fevereiro, preparam uma pescaria e foram para a casa de um deles na Fajã, armados de paus endurecidos no fogo, foicinhos e outras armas artesanais. À meia-noite nada de anormal tinha acontecido. Confiantes de que os Diabretes tinham medo deles, pararam a pescaria e foram para a casa da Fajã de um deles, onde se sentaram, riram e conversaram. Assaram peixe e beberam vinho produzido na Fajã. Perto da madrugada começaram a ouvir barulhos ao longe, que lhes parecia o sussurar do vento nas árvores, mas rapidamente aumentou e parecia o bramir do mar em dia de tempestade. Até que o crescente barulho deixou deixou de ser explicável, parecendo uma mistura de vários e diferentes sons que pareciam vir de todos os lados. A barulheira vinha do telhado, onde as telhas pareciam estar a partir-se, outras a serem arrastadas. Começaram pancadas fortes nas portas e janelas. Parecia que a casa abanava toda com o barulho. Os homens começaram a tremer e nem se arriscaram a abrir a porta ou a espreitar pelas janelas. Ficaram todo o resto da noite aconchegados num canto da casa, e só ao raiar da madrugada é que o barulho foi parando aos poucos, até desaparecer. Pensando não ter uma única telha no lugar e as terras estarem todas reviradas, saíram de casa mas parecia que não havia acontecido nada. As telhas, estavam todas em seus lugares. As plantas nos campos não tinham sido mexidas, tudo estava normal.
Daniele Claudino nasceu em 1992, em Campo Grande – MS, onde, ainda vive atualmente. Fascinada por seres mágicos e sobrenaturais. Seu primeiro livro, O Amanhecer Das Feiticeiras foi publicado pela Editora Viseu, em 2018.
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