terça-feira, 26 de maio de 2020

Relatos com Duendes

Imagem por Pixabay

Boa-noite, queridos. Como recebi muitos relatos com duendes, reuni aqui os melhores nesse post. Espero que gostem. Se tiverem mais relatos semelhantes a esses, podem enviá-los para o nosso email adancadasfadas@gmail.com Estamos publicando todos. A quem nos enviou seu relato, agradecemos muito, e todos estão sendo respondidos por email. Postamos aqui apenas os relatos, mantendo as respostas dos mesmos privadas por respeito a quem nos enviou.


Relato 1



Me chamo Igor e tenho 14 anos. Não gosto de duendes, nunca gostei. Eles me causam medo e desconforto desde que eu era pequeno. Por esse motivo, nunca assisti os filmes do Hobbit e até desisti de O Senhor Dos Anéis por causa daquele anão ruivo que implicava com aquele elfo que não lembro o nome. Sei que os anões de O Hobbit não são duendes, mas a descrição deles batem bastante com a do duende e como não acredito em anões mágicos, para mim, duende e anão mágico dá no mesmo.
           Uma manhã, eu sofri com paralisia do sono e vi um duende parado aos pés da minha cama. Ele era um homem velho, com barba, e roupas antigas. Era muito feio. Ele sorriu de forma maligna e enfiou a mão embaixo do meu cobertor e agarrou o meu pé. Eu nunca senti tanto desespero em minha vida e acho que foi esse sentimento que me deu forças para despertar. Eu me sentei, puxando as pernas rapidamente, e não consegui mais pegar no sono, com medo daquela desgraça do satanás voltar. Eu nunca tentei contatar um duende nem gnomo nem elfo, nem nada do tipo, antes. Sempre quis atrair um silfo, mas, nem fiz um ritual ainda. Seria possível que esse duende já estive aqui na minha casa? Li em um post que isso é possível. Não quero ver mais ele, ele não pareceu ser do bem. 

(E-mail respondido por Perséfone)


Relato 2


Olá, podem me chamar de Sarah, pois, prefiro não me identificar. Algum tempo atrás eu fiz uma Viagem Astral para ir até a dimensão dos elfos e não tive dificuldades para entrar em transe, mas acabei adormecendo e tendo um sonho lúcido. Eu estava no meu quarto e ouvi um barulho de algo estalando embaixo da minha cama quando me curvei para olhar embaixo da cama e agarrei a ponta da colcha, senti duas mãos pequenas, mas fortes, me empurrarem. Caí da cama e enquanto me levantava, vi horrorizada, um velho muito feio, que usava um capuz, saltar sobre a cama.
          Eu sabia que era um duende porque já estudo Wicca a um tempo, então, sei reconhecer um duende quando vejo um. Ele não parecia nada amigável. 
        Tentei correr até a porta, mas ele correu de modo veloz e saltou, chegando até a porta antes de mim. Eu me desesperei e fui em direção à janela, mas ele me alcançou e agarrou o meu pé. Caí no chão e senti ele tentando erguer a minha saia. Eu gritei. Me virei e o chutei e soquei a cara dele. Ele investiu contra mim com mais fúria. Eu não desisti e consegui me levantar e correr até a cama e agarrar um peso de papel em formato de pirâmide, que tenho na mesa do meu computador, que fica ao lado da minha cama. Ergui o punho, ameaçando bater naquele ser e ele pulou e gritou, furioso, me insultando em uma língua que eu não entendia. Eu gritei por ajuda e consegui despertar. Passei a temer os duendes desde, então. Não aconselho que ninguém evoque esses seres. Eu sei que existem elementais benévolos e malévolos, mas acredito que os duendes são a exceção, eles são maus e ponto.


Relato 3



Me chamo Renata e tenho 33 anos. Sou de Minas. Sempre achei as imagens de duendes bonitinhas e eu via algumas naqueles filmes americanos e desejava ter também algumas no meu jardim. Um dia, eu encontrei duas imagens muito gracinhas em uma lojinha de artigos decorativos e não resisti. Comprei-as e as coloquei entre as minhas plantinhas no meu jardim. Comprei também um incenso e acendi em frente as imagens e fui para dentro. Meu cachorrinho, Gusto, um Dachshund preto, começou a latir do nada e a rosnar muito bravo. Eu estranhei porque o Gusto é mansinho, nem para os gatos ele late. Desconfiei que houvesse algo errado e fui até lá, ver. Ele estava encarando as imagens dos duendes. Pensei que ele estivesse incomodado com o cheiro do incenso e o deixei entrar na sala, mas ele continuou latindo e arranhando a porta, louco para sair. Apaguei os incensos, mas ele só se acalmou quando levei as imagens para a cozinha e as coloquei sobre a mesa. 
           Na hora do almoço, eu notei que o Gusto ficou parado na entrada, encarando a mesa. Chamei ele, pensando que ele estava com fome, mas ele inclinou a cabeça para o lado, depois choramingou e se afastou. Ele não comeu aquele dia e ficou muito triste. Vez ou outra, ele choramingava e eu fiquei preocupada. Me perguntei se era o caso de levá-lo a um veterinário. 
            À noite, quando eu fui dormir, tive a impressão de ter visto um vulto pequeno no corredor. Pensei que fosse o Gusto que tivesse entrado sem que eu percebesse e fui atrás, chamando por ele. Não o encontrei. Fui até à janela da sala e vi o meu cachorro, encolhido em seu cestinho. Ele me olhou com seus olhinhos triste e choramingou. Senti uma presença muito forte atrás de mim e me assustei quando meu cachorro rosnou e latiu. Me virei, mas não havia nada atrás de mim. Revistei a casa só por garantia e quando me convenci que estava sozinha, me deitei e dormi. Tive um pesadelo. Dois duendes, idênticos àquelas estátuas que comprei, estavam em minha casa, furiosos e quebravam tudo enquanto gritavam e xingavam em uma língua estranha. Eu não entendia nada do que eles diziam e implorava para eles irem embora e não destruírem minhas coisas, mas eles continuavam e ignoravam minha presença. Eu me irritei e fui até o armário e agarrei uma das estátuas e a joguei com força no chão. Um dos duendes se quebrou como estátua e aquilo foi muito estranho. Eu congelei, encarando o corpo dele, partido em pedaços. O outro duende me encarou com ódio. Disse algo e fugiu, correndo de modo desajeitado.
                 Na manhã seguinte, eu levantei e peguei aquelas duas estátuas e joguei-as no lixo. Me senti inquieta e perturbada o dia todo. Vez ou outra, eu ia até a varanda e até o portão, esperando pelo caminhão de lixo. Quando o caminhão, finalmente veio, eu ri, aliviada, e até cumprimentei um dos homens que veio recolher meu lixo. Ele me respondeu, sorrindo. Voltei para dentro e meu cachorro veio correndo, todo feliz, ao meu encontro. Nossa! Senti como se tivesse tirado um peso enorme de meus ombros. Nunca mais quis saber de imagens desses seres em casa. Hoje, coleciono imagens de fadas e anjos, e posso garantir que nunca mais passei por nada parecido.




Relato 4



Me chamo Ana e tenho 16 anos. Sou de Nova Alvorada Do Sul, e já acompanho o blog a um tempo. Adoro os posts obre elfos, e sou muito fã de vocês, garotas.
     Enfim, o meu relato é o seguinte...  Eu sonhei que estava voltando da casa de uma amiga e ainda eram 21:17 H, mas, como de costume, as ruas estavam desertas. É uma cidade pequena e a maioria das pessoas dorme e se levanta cedo. As ruas do bairro onde moro são especialmente escuras e eu sempre pedalo rapidamente, temendo ser encurralada por algum marginal. Não que seja uma cidade violenta, mas sempre achei melhor não abusar da sorte. No meu sonho, eu pedalava normalmente porque ainda não havia alcançado as ruas escuras. Eu curtia o ar noturno e via algo de mágico na forma como os galhos das árvores balançavam, eu me sentia livre e feliz, quando aquela sensação boa foi substituída por algo desconfortável. Senti um frio na barriga e ouvi algo rangendo atrás de mim. Virei minha cabeça por um instante e vi algo que quase me fez cair da bicicleta. Um homem baixo, vestido com uma roupa verde, de um veludo que parecia brilhar mesmo sobre a fraca luz dos postes. Seus cabelos eram de um vermelho vivo e sua barba longa também. Seus olhos eram negros. Ele estava em uma bicicleta estilo croisinha preta e pedalava rapidamente enquanto vinha em minha direção. Eu me virei e pedalei o mais rápido que pude, mas quanto mais pedalava, mais percebia que ele se aproximava porque o ruído ficava mais próximo. Me atrevi a olhar para o lado, uma vez, e ele estava bem atrás de mim. Senti minhas mãos tremerem e quase perdi a direção. Pedalei por mais tempo e me dei conta de que estava prestes a cruzar a última esquina iluminada, que depois dela, eu praticamente mergulharia em sombras porque só depois de três esquinas é que haveria outro poste de iluminação. Eu desejei que aparecesse alguém na rua para me ajudar, qualquer um, mas sabia que aquela hora, seria impossível.
            Pedalei, quase perdendo o fôlego, me perguntando até quando resistiria, e quando estava na metade do caminho escuro, olhei para trás e vi aquele homem parado na  esquina, iluminado pela luz do último poste de luz. Parecia que ele havia desistido de me perseguir. Eu ri, me sentindo meio doida, mas não diminuí meu ritmo, doida para chegar em casa.
                 Minha casa fica ao lado de um salão abandonado que, antigamente, já foi um bar. Hoje, ele não tem mais portas, e dá muito medo à noite, porque, vez ou outra, algum morador de rua vem passar a noite nele. Só tem uma chave do portão e geralmente fica em casa. Naquele horário meus pais estão em casa, mas meu pai dorme cedo e é minha mãe e minha irmã que ficam na sala vendo novela e esperando por mim. Eu tenho de chamá-las e esperar, torcendo para que nenhum doido saía do salão e me arraste para lá. Já ouvi algumas histórias desse tipo, por isso, a paranoia. Quando voltei para a casa e desci da bicicleta, minhas pernas estavam tão dormentes que não me aguentei em pé e caí. Foi quando ouvi aquele ruído de novo e me virei, chorando. A rua atrás de mim estava tão deserta quanto antes. Ouvi um assobio e virei meu rosto, vendo o homem ruivo parado na entrada do salão. Ele me encarou inexpressivo e eu desmaiei. Foi então que despertei e levei algum tempo para me convencer de que fora apenas um sonho. Pesquisando mais sobre duendes, eu cheguei a esse blog. O mais assustador nessa história é que eu estava em um canal no you tube, lendo os comentários após assistir um vídeo e o de uma garota me arrepiou, ela mencionou um homem ruivo de olhos negros que a teria perseguido em uma bicicleta em um sonho. Coincidência? Eu não sei. Morro de medo de um dia estar voltando para a casa e o pesadelo se tornar realidade. Se eu não acreditava em duendes, agora, eu acredito, mas estou muito assustada. O que será que ele queria comigo?©

(email respondido por Lily Melville)



domingo, 24 de maio de 2020

Relato: A sombra que me perseguia

Imagem por Google
Olá, podem me chamar de Verônica, pois, prefiro não me identificar. Tenho 27 anos. À alguns anos, eu me mudei para uma casa e episódios estranhos começaram a ocorrer comigo. Eu sentia muito sono e não importava o quanto eu dormisse ou quanta cafeína consumisse, continuava com sono, e nada me dava mais prazer que fechar a porta do meu quarto e dormir no escuro. Como estava de férias e não tinha muito o que fazer mesmo, eu aproveitava para me permitir aquela "folga".
         Havia um problema no nosso gerador e, por conta disso, nossa eletricidade era instável. O dono da casa não se preocupava muito em fazer a manutenção. Chamei um eletricista, mas, como ficaria cara para consertar algo que não era meu, deixei por isso mesmo, afinal, não pretendia ficar ali por muito tempo. 
         Eu morava com minha mãe e meu irmão, mas eles não ficavam muito tempo em casa, preferindo ficar na casa da minha avó quando não estavam trabalhando e estudando. Como eu sempre estava cansada, ficava em casa. 
          Às vezes, a eletricidade caía e eu ia para a sala porque ficava com medo, já, que a casa era grande e tinha jeito de mau assombrada. Eu sei, era estranho dormir em um quarto escuro, mas sentir medo quando a luz acabava e eu estava fora do quarto. É que era diferente... Bastava levar a minha mão até o interruptor e apertá-lo e a luz encheria meu quarto novamente. De uma forma estranha, eu me sentia segura ali na sala e era estranho porque normalmente eu não ficava na sala, exceto quando a luz acabava. Imaginava que se a casa fosse de fato, assombrada, o quarto da minha mãe seria o provável lugar onde o espírito ficaria. Não que eu fosse paranoica ou tivesse uma imaginação fértil, mas a cidade onde ficava essa casa, não é raro que pessoas se suicidem. Por pouco, não alugamos uma casa onde um senhor se matou, mas a esposa dele nos contou a história, mas, ainda que não tivesse contado, saberíamos porque ninguém queria alugar a casa por conta disso.
           Eu acabei me acostumando as quedas de luz e até passei a utilizar velas, era um saco, mas não havia jeito. Até que passei a sofrer com paralisia do sono. Era horrível. Eu ouvia as vozes dos meus familiares, mas não conseguia me mover nem abrir os olhos. Passei a ver com frequência, uma sombra que deixava o meu quarto por volta do meio-dia e ia para o quarto da minha mãe. Fiquei na cozinha uma vez, vigiando para ver quando a sombra voltaria para o meu quarto. Levei quase uma semana para descobrir porque sempre me distraía com uma coisa e outra, mas, uma tarde, por volta das seis, eu estava entrando em casa, quando vi a sombra deixando o quarto da minha mãe e indo para o meu. Meu sangue gelou. Então, aquilo ficava no meu quarto comigo até o amanhecer? Fiquei tão assustada, que, por alguns dias, dormi na sala, mas acabei voltando para o quarto porque me sentia muito desconfortável dormindo no sofá, sem contar, que me sentia vigiada.
                No entanto, voltar para o meu quarto, foi, sem dúvida, um erro. Se, antes, eu apenas sofria com a angustiante paralisia em meu corpo, agora, eu podia ver a sombra de um homem alto, parado em um canto, me observando. Eu me desesperava. A cada vez, ele estava mais próximo de mim. Chegou ao ponto de subir em cima de mim e me enforcar. Eu sempre orava nessas horas e era o que me dava forças para me mover e abrir os olhos. Tomei pavor do escuro e parei de dormir com a luz apagada e a porta trancada. Com a luz acesa, ele não vinha e eu dormia em paz, mas, se por qualquer descuido, alguém apagasse a luz, ou eu adormecesse durante o dia e só despertasse à noite, ele me atacava.
             Uma manhã, despertei ao ouvir minha mãe falando com minha avó pelo telefone e, pelo que ouvi, eu fiquei curiosa e ouvi a conversa em silêncio. Minha mãe contou à minha avó que uma senhora que lhe vendeu um frango, lhe falou que o antigo morador daquela casa, foi um traficante, que teria sido baleado na varanda, corrido até a sala e morrido ali. Eu fiquei com muito medo e percebi que a sensação de ser observada, a sombra, a paralisia do sono e todo o resto, não era somente a minha imaginação. A casa era mesmo assombrada. Nos mudamos algum tempo depois e eu levei meses até me permitir dormir novamente no escuro. Foi uma péssima ideia. Aquela sombra voltou e, dessa vez, estava mais agressiva que antes. Apertou o meu pescoço com mais força e eu senti o seu ódio, mas decidi enfrentá-la e pensei com raiva: "Se afaste de mim porque não tenho mais medo de você". Ela recuou imediatamente, quase se tivesse assustada e eu consegui me libertar da paralisia do sono. Porém, naquela mesma noite, eu sonhei com um jovem de pele muito branca, quase pálida, cabelos longos e loiros, vestido com calças de suspensório e uma camisa branca de mangas longas. Ele devia ter entre 19 e 26 anos mais ou menos. Era bonito, mas era visível o rancor e a dor em seu olhar. Ele me disse que era ele, a sombra que me perseguia e que ele, na verdade, estava procurando por minha avó, porque ele a conhecera em outra vida e ela fora seu grande amor. Ele disse que estava ansioso para reencontrá-la e muito feliz, mas, que quando só encontrou a mim em vez dela, ficou furioso. Ele tirou um saco de veludo do bolso e jogou algumas moedas douradas à beira do rio onde estávamos. Eu percebi que ele estava ensopado como se tivesse estado na água. Deduzi que provavelmente, morreu afogado.
             "Eu quis te fazer engolir moeda por moeda", ele me disse com ódio. Lembrei que uma vez, durante a paralisia que sofri, senti algo ser enfiado em minha garganta e não soube o que era, até agora.
           Desaparecemos da beira do rio e no instante seguinte, estávamos no quarto de minha avó, onde ela estava dormindo. O rapaz se deitou ao lado dela e a abraçou, sorrindo. Então, me disse: "Mas, agora, graças a você, eu a encontrei, você a trouxe até mim, agora, ela e eu ficaremos juntos". Senti que ele estava sendo sincero. Olhei para minha avó e ela sorriu, ainda dormindo. Eu despertei. Não posso deixar de pensar sobre isso, que conheci esse rapaz em uma vida passada e, certamente, impedi que ele ficasse com o amor de sua vida, minha vó. Fiquei triste por ele. Contei o sonho para a minha vó e ela acreditou em mim. Só espero que esse espírito encontre a paz e que eu consiga dormir no escuro sem medo, porque, ainda tenho medo de apagar a luz e ele voltar. ©


Envie também seu relato para: adancadasfadas@gmail.com
 

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